Acreditamos que o primeiro passo para resolver o problema das favelas é legitimar a sua ocupação pela população de baixa renda, proporcionando condições de permanência aos seus habitantes. Isso implica na formalização das favelas, levando toda a rede serviços, aproveitando seu potencial de geração de riquezas e acabando com sua condição de dormitório de mão-de-obra.
Concurso IFHP Microcommunity
PROPOSTA
Concurso
LOCALIZAÇÃO
Copenhague/DA
ANO
2007
Projeto foi premiado com Menção Honrosa no prestigiado concurso internacional da Institution for Housing and Planning, com Congresso realizado em Copenhage, Dinarmarca, para os quais todos os membros da equipe foram convidados e estiveram presentes. O projeto foi selecionado entre mais de 140 inscritos internacionalmente.
O projeto discute a ocupação de favelas de encosta, tendo como objeto de estudo conurbação de favelas “Aglomerado da Serra”, situado em Belo Horizonte. Através de uma grelha estrutural, o projeto busca solucionar cinco problemas espaciais das favelas de encosta: habitação, acessibilidade, segurança, uso e salubridade.
A modulação estrutural garante ventilação e iluminação adequadas, assim como estruturas econômicas e seguras, eliminando as constantes ameaças de deslizamento na época de chuvas. Sua forma segue a topografia, ocupando o terreno de forma mais eficiente. A verticalização dos lotes possibilita a manutenção da densidade populacional com ganhos em espaço público. O núcleo fixo de circulação substitui as ruelas estreitas e íngremes da favela, articulando as ruas principais e melhorando a acessibilidade e segurança. Esta circulação pública também dá acesso aos espaços privados das habitações através de travessias semiprivadas. Há elevadores em alguns núcleos para permitir a acessibilidade universal. Esses elevadores funcionam com a energia gerada por barragens localizadas no parques proposto em torno do Córrego Camargos.A proposta de habitação é a de oferta de lotes aéreos que vão se tornando públicos ou privados na medida em que se dá a ocupação. Em contraposição à concentração dos espaços públicos em alguma região da área de intervenção, optamos pela sua distribuição pontual e constante, tanto pelo modo de ocupação característico da favela, quanto pela participação necessária da população para manter a configuração proposta. Cada novo morador tem direito de escolher em qual lote irá morar, além de ter liberdade de construir sua moradia da forma que quiser. Assim sendo, cada grelha pode ser ocupada de forma diferente. Essas características evitam a padronização das habitações e a homogeneização da paisagem. A ocupação da grelha é flexível e as variações de ocupação geram diferentes conformações espaciais: a concentração das moradias liberam lotes contíguos que repercutem em amplos espaços públicos, assim como uma distribuição mais esparsa das moradias gera vários espaços semipúblicos. O pavimento superior de todas as grelhas é liberado para espaços públicos e edificações institucionais como escolas, postos de saúde e centros de atividades educativas.